10/03/2025

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DIA DO AGRONEGÓCIO: Melhoramento genético é a resposta para promover segurança alimentar diante do crescimento populacional e de incertezas climáticas

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O Brasil é uma potência quando o assunto é agronegócio. Com pouco mais de 200 milhões de habitantes, nosso país produz alimentos o suficiente para alimentar aproximadamente 900 milhões de pessoas, o que representa 11% da população global, segundo relatório do BTG Pactual. Essa capacidade produtiva nos coloca como um dos principais fornecedores de alimentos do mundo.
Com uma população mundial que não para de crescer – a estimativa aponta para quase 10 bilhões de pessoas até 2050 –, a demanda por alimentos aumenta ano a ano. Nesse cenário, a tecnologia aplicada ao desenvolvimento de cultivares mais produtivas, resistentes e adaptáveis tem sido indispensável para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade da produção agrícola. Isso impacta positivamente não apenas na alimentação humana, mas na produção de proteína animal e no meio ambiente.
Atualmente, entre 60% e 80% do volume de milho produzido no país é destinado à alimentação de bovinos, caprinos, aves e outras espécies cuja carne, leite e ovos são amplamente consumidos em todo o mundo. A soja também é indispensável para a produção de farelo proteico, usado em larga escala na indústria de rações.
Para manter esse mercado em constante crescimento, o melhoramento genético se consolidou nas últimas décadas como uma ferramenta estratégica para enfrentar desafios futuros. Se no passado a seleção de variedades mais resistentes foi primordial para controlar pragas e doenças que ameaçavam a sustentabilidade da atividade, atualmente os laboratórios trabalham para desenvolver soluções para problemas que vão surgindo pela contínua transformação da atividade agrícola e ainda não plenamente manifestados, como doenças emergentes e pragas adaptadas, além das variações do clima.
O Brasil tem liderado esforços para criar cultivares mais resistentes a pragas, doenças e condições climáticas, como secas prolongadas ou excesso de chuvas. O desenvolvimento de variedades de soja e milho tolerantes à umidade excessiva, por exemplo, tem permitido que os agricultores mantenham altos níveis produtivos mesmo em anos de chuvas intensas, como estamos acompanhando atualmente. Além disso, cultivares resistentes a pragas reduzem a necessidade de defensivos agrícolas, diminuindo custos e impactos ambientais.

A precocidade dos grãos também tem contribuído para a ampliação da safra brasileira, garantindo maior eficiência. Um exemplo emblemático é a segunda safra de milho, que, na última década, deixou de ser apenas um complemento à safra principal e se consolidou como uma atividade de grande relevância.

E o futuro, neste caso, está cada vez mais próximo. A inserção de tecnologias como inteligência artificial aplicada à análise preditiva de dados com ajuda do “big data” possibilita reduzir em mais de 30% o tempo de desenvolvimento de novas variedades. Ao investir em pesquisa e desenvolvimento, o agronegócio brasileiro não apenas fortalece sua posição no mercado global, mas também contribui para a segurança alimentar de milhões de pessoas ao redor do mundo. Enquanto muitos países buscam soluções para os desafios da fome e das mudanças climáticas, o Brasil mostra que a resposta pode estar no campo – e nos laboratórios de genética.

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