Paraná tem dez projetos aprovados e investe R$ 3 milhões na iniciativa Amazônia + 10
Iniciativa mobiliza 18 estados e o Distrito Federal, que estão investindo juntos R$ 42 milhões em estudos colaborativos sobre o território, povos da Amazônia e o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis.
O Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) divulgou nesta quinta-feira (17) a lista dos 39 projetos aprovados na Chamada Iniciativa Amazônia+10. Do total de 137 grupos de pesquisa que integram os projetos, 10 são do Paraná, de instituições que aderiram à chamada por meio da Fundação Araucária e que contarão com o recurso de R$ 3 milhões.
“Em função dos seus ativos em desenvolvimento científico e tecnológico, o Paraná tem todas as condições para contribuir muito com o desenvolvimento sustentável da Região Amazônica. Estamos apoiando diferentes temáticas que se complementam por meio deste olhar diversificado de pesquisadores de todo o País, atentos aos problemas que atingem a Amazônia”, ressaltou Ramiro Wahrhaftig, presidente da Fundação Araucária, que pertence ao Governo do Estado.
Incialmente o Amazônia +10 envolvia os nove estados da Região da Amazônia Legal e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), mas foi ampliado e já mobilizou 18 estados e o Distrito Federal, que estão investindo juntos R$ 42 milhões nos estudos colaborativos sobre o território, povos da Amazônia e o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis.
“Esta iniciativa é motivo de orgulho para todos e um grande modelo que mostra que somos capazes de nos organizarmos para contribuir na resolução de um problema nacional a partir dos sistemas de ciência e tecnologia regionais”, afirmou o presidente da Fapesp, Marco Antonio Zago.
Durante evento, online, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Evaldo Vilela, anunciou o aporte de mais R$ 12 milhões em bolsas de pesquisa para os projetos aprovados dos estados que compõem a região da Amazônia Legal.
“Esta iniciativa tem um objetivo estratégico para o País, não poderíamos deixar de participar e com a promessa de que vamos contribuir também na questão do fomento”, garantiu o presidente do CNPq.
CHAMADA – A Chamada de Propostas da Iniciativa Amazônia +10 tem por objetivo apoiar a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico em instituições de ensino e pesquisa e em empresas sobre os problemas atuais da Amazônia, que tenham como foco o estreitamento das interações natureza-sociedade para um desenvolvimento sustentável e inclusivo da região.
“Pela primeira vez as FAPs se reuniram para criar um programa próprio a partir da iniciativa da Fapesp e que foi trazida ao Confap, que acolheu e a colocou em prática em curto prazo. Muitos frutos serão colhidos”, disse Odir Dellagostin, presidente do Confap.
PROJETOS APROVADOS – Entre os dez grupos de pesquisa de instituições paranaenses que integram os projetos estão o da professora Irene Carniatto de Oliveira da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Ela vai trabalhar junto com pesquisadores das Universidade Federais de Rondônia e de São Carlos, além do Instituto Federal do Amapá (IFAP).
Eles estudarão a “Caracterização socioambiental, diagnóstico da gestão territorial e análise do potencial de sustentabilidade na região do Vale do Guaporé, estado de Rondônia e do Vale do Jari, estado do Amapá: desafios para o desenvolvimento do turismo sustentável, gestão da água e educação ambiental”.
“Estou feliz e grata à Fundação Araucária e ao Confap por esse financiamento que permitirá a pesquisa que busca o desenvolvimento e geração de oportunidades de renda para comunidades tradicionais e quilombolas da Amazônia”, disse a pesquisadora.
Resiliência em sistemas socioambientais ribeirinhos na Amazônia será objeto de estudo da pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Evanilde Benedito, com parceiros das universidades federais de Alagoas e do Amazonas.
“É um desafio muito grande e estou feliz pela aprovação do projeto. Pretendemos fazer uma avaliação participativa dos riscos, como subsídio ao plano de adaptação às mudanças climáticas futuras, bem como, fortalecer o protagonismo das populações locais”, destacou Evanilde.
Outro projeto que terá recursos da Fundação Araucária é a Rede de Inovação e transferência de tecnologia para produção sustentável do camarão da Amazônia. O professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eduardo Luis Cupertino Ballester, e outros pesquisadores da Embrapa Amapá, Universidade Federal do Pará e da Fundação Oswaldo Cruz (RJ) querem contribuir para a promoção do desenvolvimento da produção sustentável do camarão-da-Amazônia e transferir este conhecimento para comunidades tradicionais da região.
“O objetivo é contribuir, por meio da pesquisa, para a melhoria da qualidade de vida e bem estar social na região”, enfatizou Ballester.
Todas as informações da Chamada Amazônia +10 e o resultado de todos os projetos aprovados podem ser conferidos no site www.amazoniamaisdez.org.br.
Agência Estadual de notícias