Fertilizantes minerais e orgânicos: a segurança alimentar do mundo depende deles
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Essenciais para a produção de alimentos, os fertilizantes proporcionam segurança alimentar para bilhões de pessoas em todo o planeta
Essenciais para a produção dos alimentos que todos os dias estão em nossas mesas, os fertilizantes estão diretamente ligados ao nosso bem-estar, ainda que você pouco se lembre deles. A verdade é que sem os fertilizantes, teríamos grandes dificuldades de alimentar o mundo.
Divididos em três categorias, o fertilizante pode ser mineral, orgânico ou a mistura dos dois, originando o organomineral. Esse insumo é comumente usado na agricultura. Mas qual é a diferença entre esses dois tipos e por que eles são usados?
Na agricultura, os fertilizantes são usados para alimentar as plantas, fornecendo os nutrientes necessários para garantir seu crescimento. Os principais nutrientes das plantas são nitrogênio, fósforo e potássio. Os demais são cálcio, magnésio, enxofre e os micronutrientes como boro, zinco, ferro, manganês e cobre. As plantas extraem esses elementos do solo.
Quando o solo não contém nutrientes suficientes, os agricultores adicionam fertilizantes aos seus campos. O fertilizante, que contém os nutrientes ausentes no solo, irá alimentar as plantas. Assim, fertilizantes ou adubos, sejam eles minerais ou biológicos, são usados para melhorar o crescimento das culturas, pois fornecem nutrientes essenciais às plantas.
Fertilizantes orgânicos, também chamados de adubos orgânicos, são substâncias obtidas de materiais vegetais e animais. Eles são feitos de elementos naturais, como esterco, composto de minhoca ou lodo de esgoto e não sofrem nenhuma transformação química.
Os fertilizantes orgânicos geralmente têm menos macronutrientes primários (nitrogênio, fósforo e potássio) do que os fertilizantes minerais. No entanto, eles contêm minerais residuais, que são macronutrientes secundários (cálcio, magnésio e enxofre) e micronutrientes que as plantas precisam em pequenas quantidades para o crescimento.
Primeiramente, os fertilizantes orgânicos devem se decompor no solo antes que os nutrientes que eles contêm possam ser absorvidos pelas plantas. Portanto, eles geralmente têm uma taxa de liberação de nutrientes mais lenta do que os fertilizantes minerais.
O uso de fertilizantes orgânicos na agricultura tem vários benefícios, incluindo a melhoria da estrutura do solo e o estímulo à vida biológica. Além disso, essa categoria de fertilizante precisa ser decomposta para ser absorvida pelas plantas, alimentando o solo e também a planta. Eles podem, portanto, melhorar as propriedades físicas do solo.
Assim, espalhar fertilizante orgânico é uma maneira de melhorar a estrutura do solo, lembrando, que as suas condições estruturais podem afetar, entre outras coisas, a circulação da água, a aeração e o crescimento das raízes. Todos esses são aspectos que podem influenciar o rendimento das culturas.
Para liberar seus nutrientes, os fertilizantes orgânicos devem ser decompostos por bactérias, fungos e outros microrganismos presentes no solo. Assim, diferentemente dos fertilizantes minerais, os orgânicos estimulariam a vida biológica do solo, já que os organismos que vivem nesse local desempenham um papel vital na saúde das plantações: eles protegem as plantas de certas doenças, ajudando-as também a extrair água do solo e muito mais.
Ao contrário dos fertilizantes orgânicos, os minerais são assimilados diretamente pelas plantas. Disponíveis na forma sólida ou líquida, essas substâncias têm ação rápida, pois não precisam se decompor no solo para que os nutrientes que contêm sejam absorvidos pelas plantas.
Os fertilizantes minerais melhoram o rendimento das culturas no curto prazo, e isso é decorrente da maior concentração de nutrientes em sua composição e da rápida disponibilidade para as plantas. A ureia tem 45% de nitrogênio e o nitrato de amônio tem 34%. O superfosfato simples em torno de 18% de fósforo. Já o esterco puro contém apenas 0,4 a 0,5% de nitrogênio e 0,2 a 0,35% de fósforo. Portanto, o uso de fertilizantes minerais por unidade de área é menor, o que é conveniente para transporte e economia de mão de obra.
Solúveis em água ou ligeiramente solúveis em ácido, os fertilizantes minerais podem ser rapidamente absorvidos e utilizados pelas culturas após serem aplicados ao solo. Devido às ricas matérias-primas para a produção de fertilizantes minerais, eles podem ser industrializados em grande escala sem restrições sazonais, com grande produção e baixo custo. Outro ponto relevante é que alguns fertilizantes minerais não apenas fornecem nutrientes para as culturas, mas também melhoram a resistência ao estresse e o controle de doenças e pragas.
Os nutrientes contidos em todos os fertilizantes orgânicos são aqueles que já estão no ciclo agrícola. A principal vantagem do fertilizante mineral é que ele pode aumentar a quantidade total de nutrientes no sistema.
*Valter Casarin, coordenador geral e científico da Nutrientes Para a Vida é graduado em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP, Jaboticabal, em 1986 e em Engenharia Florestal pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/USP, Piracicaba, em 1994. Concluiu o mestrado em Solos e Nutrição de Plantas, em 1994, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Recebeu o título de Doutor em Ciência do Solo pela École Supérieure Agronomique de Montpellier, França, em 1999. Atualmente é professor do Programa SolloAgro, ESALQ/USP e Sócio-Diretor da Fertilità Consultoria Agronômica.
Sobre a NPV
A NPV – Nutrientes para a Vida – nasceu com objetivo de melhorar a percepção da população urbana em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes para a saúde humana. Braço da fundação norte-americana NFL – Nutrients For Life – no Brasil, a NPV trabalha baseada em informações científicas. A NPV tem sua sede no Brasil, é mantida pela ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e operada pela Biomarketing. A iniciativa conta ainda com parceiros como: Esalq/USP, IAC, UFMT, UFLA e UFPR.
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